sábado, 31 de janeiro de 2009

D E L U A

MANOEL HERCULANO

Se vou à janela
Lá está ela, descaradamente bela
Corro para a rua
E ela continua, decentemente nua
Como ignorá-la, deixar de amá-la
Banho-me no mar de estrelas
Não me canso de nadar, de revê-las
Mas ela, quando se revela
Se veste ainda mais em seus mistérios
Se despe e se refaz conforme seus critérios
E desfila, absoluta, na passarela
Eu já desisti de compreendê-la
Me convenci que basta não perdê-la
E sigo encantado
Tentando, em vão, defini-la com frases
Fico enciumado
Quando lá se vão, ela e suas fases
Pois vestida ou nua, de rainha ou perua
Ela brilha, dá show, cintila, se insinua
E assim, pobre de mim
Descobri que até ela, a lua
Além de minha e sua
É, também, de lua.

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Obs: Este, também, foi tema sugerido, na Sociedade dos Poetas Vivos, criada por Aristô de Carvalho, no Castelinho do Flamengo, e onde eu fui homenageado! Eu tô falando...

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