sábado, 9 de agosto de 2014

SIMPLES IMORTAL

MANOEL HERCULANO

A poesia era o sustentáculo, inclusive em suas aulas espetáculo
Porque a arte de viver ele sabia de cor
E numa conversa informal, descobria-se um simples imortal
Que se identificava mais com o Chicó
Quando abriam-se as cortinas, estreia da vida nas festas juninas
Ele contava porque não era vegetariano
Tantas histórias, tantos prêmios, nasceu sob signo de gêmeos
Mas já estava escrito que seria Ariano
No início era o verso a clamar, uma mulher vestida de sol
Princípio do verbo amar, do amor pelo futebol
Em sua boca a palavra erudita era dita como se quisesse pabular
E misturar-se com a fábula, a parábola, com o dito popular
Todas juntas, a boa preguiça, a liberdade, a justiça e a farsa
Ele falava sobre tudo com a elegância da garça
Pois foi mestre do primeiro ao último semestre
E assim, com toda a sua imortalidade, sua criatividade vital
Viajou pelo mundo sem sair do seu quintal
Foi o rei da pedra do reino e da gente
Okay? Não, ele preferia oxente
A linguagem paraibense, paraibana
A genuína língua brasileira pernambucana
E lá se foi ele para o alto, com sua luz jamais desaparecida
Foi para além dos autos, do auto da compadecida
Escreveu sua história, nossa história
E quem quiser que assunte, que assuma
Na arte fez sua parte, sua sina, Suassuna

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De volta com mais uma homenagem, desta vez feita ao Grande Suassuna.
Me apresentaram ao João, neto dele, que ao saber, pediu que lhe enviasse.
Hoje decidi enviar, e postar aqui, e seja o que Deus quiser!
São 17:45h do dia 9/8/2014. Abraços!