domingo, 19 de setembro de 2010

UM ADEUS

MANOEL HERCULANO

Quando rasgo o verbo, faço verso doce e amargo
Quando engasgo ou não enxergo, entrego o cargo
Quando me empolgo, dou um até logo meio gago
Quando me desdobro, compro, cobro, devo, pago
Quando me afogo, não me afobo, apenas me afago
Quando solto fogos, eu não me apago, me propago
Quando sou Nero, te acendo, me esmero, esmago
Quando ressurjo das cinzas, rogo, me jogo no lago
Mas quando um adeus me separa da cara do mago
Bem, aí a palavra não sara, saravá, Saramago

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--- Resolvi postar esta homenagem que fiz ao grande escritor, quando ele faleceu. É madrugada, 2h, do dia 20/09/2010. Leia e diga-me o que achou. Até breve!