domingo, 19 de agosto de 2012

O ETERNAMENTE AMADO

MANOEL HERCULANO

Era uma vez, e outras tantas e tantas histórias
Um talvez, a tenda dos milagres e santas vitórias
Um romance da vida de todas elas, todos vocês
Um imortal que nasceu exatamente na sua vez
No jardim da dona flor e seus dois maridos
Com um amor dos bons, em tons sustenidos
Tereza, Gabriela, Tieta do agreste
A beleza da bela e daquela que era uma peste
Nasceram, cresceram e serão sempre assim
Gata, Gattai, imaginação nas terras do sem fim
Foram tantos amores e aquele desejo que deságua
Lá na tocaia grande do Quincas berro d'água 
E os pastores da noite já não guardam mágoa
Sentiram no couro, ouviram o choro, o chorinho
O escritor viu tudo de camarote no pelourinho
Capitães da areia, cantos de sereia no mar morto
Bahia de todos os mantos, os santos, um conforto
E uma prece aos céus, ao seu céu de Ilhéus
Para os últimos ajustes, ele entre tantos ilustres
Porque quis a Bahia quando sua estrela reluziu
Que ele brilhasse dentro e fora do Brasil
Justo ele que foi dez, agora é cem e será mil
E por fim, pelo Senhor do Bonfim foi chamado
Para ser aclamado, Jorge, o eternamente amado.

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Voltei. Recentemente, dia 10, participei de uma comemoração do centenário de Jorge Amado, no apartamento onde ele viveu por 40 anos em Copa, e que hoje pertence ao amigo Rafael Moraes, a quem agradeço o convite, foi especial. Bem, escrevi este poema e cheguei a ler no dia mesmo inacabado... E como tenho sido cobrado por poema novo no Blog (obrigado Aquiles Ourado, em nome de todos), decidi postá-lo, apesar da sensação que não está pronto, pra variar... São 23:10h do dia do aniversário do meu filho Lucas - 19/08/2012 .