quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

FIRMEZA, SIM?

MANOEL HERCULANO


E o rio foi ao encontro do mar
foi se derramar em prosa e poesia
Água corrente, árvore contente
tudo registrado na memória da gente
Após Ler e Contar, Contar e Ler de manhã
e no Proler, com sua longa barba de lã
foi para outra freguesia, fez a Travessia
mas nos deixou seu memorial
cheio de luas, ventos e luzes, aurora boreal

Atravessou rios acreanos, tantos anos
acenou no rádio, teatro, fez outras trajetórias
pelos rios do rio Branco
Rio de Janeiro, Rio de Histórias
E foi assim até o meio daquela tarde
em que uma pipa sobrevoou o céu
quem viu, quem ouviu, tirou o chapéu
para as cantorias, alegrias desde criança
e nas andanças com suas delícias e dores
ou nas palavras dos Veínhos Narradores
Porque Avô + Avó = A voz
É Nós, e as Lembranças Amorosas de mim
com as cartas na mesa e firmeza, sim?
Como se não bastassem tantas bonitezas
mandou caiar sua Casa da Leitura
caiou de amarelo, tons singelos de literatura

Oficinas, livros, encontros de afetos vivos
tudo está nos Guardados do Coração
Aquela trouxinha de carinho e oração
aquele grão de areia entoado até o fim
arroz e feijão roxinho, receita de pudim
Ajuntou todas essas delicadezas
com as cartas de quem conseguiu escrevê-las
e seguiu piscando para as estrelas
Enquanto por aqui, nossas saudades
outros versos ainda rabiscam
Ele pisca, elas piscam, ele pisca, elas piscam...
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Voltei. Com este poema em homenagem
ao Francisco Gregória Filho, que nos 
deixou dia 12 de Novembro de 2022.
Ele escreveu a orelha da segunda edição
do Ô de Casa - Rio Maranhão. E no mais,
sem comentários. Só gratidão e gratidão!
São 18:30h do dia 19 de Janeiro de 2023
Rio de Janeiro
MH