sábado, 26 de dezembro de 2009

BRASIL SIL SIL

Manoel Herculano


Quem me vê, quem me viu, quem só me ouviu
Quem irá dizer que eu não tenho a cara do Brasil?
E tenho mais: a cor, o som, o dom, o ritmo
Deste meu Brasil, brasileiríssimo, legítimo.
Eu sou semelhante aos gritos de gol no estádio
Sou como as canções que chegam pelas ondas do rádio.
Pelas veredas, nos grandes sertões, pelas manhãs
Como sedas, abrindo os botões das Rosas dos Guimarães.
Pelas vidas secas, ressecadas, de tantos fulanos
Sem as folhas esverdeadas dos Ramos dos Gracilianos.
Porque o Brasil é isso, mansão e cortiço.
É sotaque, é folclore, destaque com as tintas que o colorem.
Uma nação estampada na cara de quem ainda pede bis
Em plena madrugada, dos poemas e canções que não fiz
Nos palcos do tudo ou nada, nas danças de um país.
Portanto, não há troço nem treco, mesmo em forma de funil
Que impeça esse eco: Brasil sil sil!


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*** ENTRE ALGUNS POEMAS QUE EU NUNCA SEI SE JÁ COLOQUEI O PONTO FINAL, ESCOLHI ESTE PARA PUBLICAR E FECHAR O ANO. FELIZ 2010!!! QUE SEJA, DE FATO, UM ANO DEZ!
P.S. Foi escrito há um ano! (01/12/08), um pouco antes de participar do programa do JPRoriz na Rádio RJ.

Um comentário:

brazilcomz disse...

Caro Manoel, não sou grande fã nem conhecedor de poesia. Poucas realmente me tocam, mas ouvir você na última terça feira (13-14/07/10) no letras&expressões me fez repensar um pouco isso. Achei esse seu poema maravilhoso (ainda mais para mim que sou Brasil no coração e no nome).
Parabéns pelo seu trabalho!