terça-feira, 5 de maio de 2015

POETA CARCARÁ

MANOEL HERCULANO


E o momento é novo e velho de novo
na esperança, na lembrança do velho poeta do povo
Sua linguagem, sua linhagem, sua opinião
porque o momento pede e nada impede se há união
E tomara, meu baião, que haja mais e mais
que cada um seja capaz de pisar na fulô
sem maltratar minha paz nem o nosso amor
Por isso, de novo, atenção poetas do povo!
Já não importa quem nasceu antes: a galinha ou o ovo
Sua história é minha história
e sendo assim eu ouso escrever outro poema
sobre quem não é brasileiro da gema
Porque ouço suas vozes, conheço seus destinos atrozes
seus percalços, seus pés descalços
Já sei que após cada impacto, o poema continua intacto
e o poeta segue sua vocação para ser cacto
E agora, João, as opções não são tantas
as opiniões não saem da boca das santas
Mas falam sobre tudo, sobre todos, sobre os tostões
e o matuto, astuto, exclama: eis as questões!
Quem vai encarar o carcará?
É grande sua obra e sua sina de caboclo não se dobra
ele entra na roda, sai de moda na dança das cadeiras
embora seja puro sentimento, cimento, pedra, Pedreiras
As ideias e os ideais consomem o poeta e o homem
mas existe uma força do tamanho da fome
em todo aquele que pega, mata e come


 ------------------------------------------------------------------
*** E continuam as homenagens: desta vez a inspiração foi o grande João do Vale. 
Li sua biografia e, este ano o espetáculo Opinião completa 50 anos, apesar da estreia ter sido em dezembro de 1964. Este meu conterrâneo foi e será sempre grandioso. Que tal? São 18:15h do dia 5/5/2015.
PS:  dias depois mexi no poema... E depois no título... E depois... acho que chega.  

Um comentário:

maria cláudia disse...

adorei sua visita aqui no senac rio/ Dn parabéns pelo seu trabalho emocionante!! fala ao coração!