sábado, 29 de outubro de 2011

FINAL SEM PONTO FINAL

MANOEL HERCULANO


Quando abro um livro
do que nunca me sinto vivo
mais e não me privo de viver, até esqueço de morrer
Sem fazer as malas eu sigo a viagem
entre letras e falas e palavras em vadiagem
Nem a contracapa me escapa
e cada folha é como o desafio de uma escolha
Viro lentamente a página que se repagina
piro rapidamente com o que meu outro imagina
Mudo a tática, a abordagem, o capítulo
Tudo é mágica, tem imagem, tem título
Entre as linhas recrio histórias só minhas
Entre os parágrafos sou como náufragos
que se espantam e se encantam com o mar
com a linha do horizonte a se derramar
A história segue e a vitória é de quem consegue
chegar ao final sem colocar um ponto final
fechar um livro e continuar arquivo

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*** Alguém me lembrou que hoje (29/outubro) era o dia do livro. Fui em busca deste poema escrito há algum tempo, tirei e coloquei vírgulas... e postei. Ufa! São 19:15h, horário de verão...

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